quarta-feira, 24 de setembro de 2008


Ontem fui ao CCBB.
Depois de um longo período de "seca exposicional" me deliciei com imagens e palavras de Clarice Lispector. Recomendo a experiência. Saí de lá mais impressionada do que já era com a escrita dessa mulher que não tinha esperança que suas palavras mudariam algo.
Aí vai um pouco de Clarice para vocês:

O que eu sinto eu não ajo.
O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo e ajo como se entendesse.

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Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.
(Perto do Coração Selvagem)

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... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso.

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Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar.

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