
Há alguns dias meu irmão me mandou um e-mail com esse texto. Leia, é de Deus.
Adoração: Intimidade com Deus
Por John Wimber
“Adoração, é o ato de livremente dar amor para Deus, esta ação dá forma a todas as atividades na vida do Cristão”
Muitas pessoas que visitam as igrejas Vineyard notam a profundidade e riqueza de nossa adoração. Isto não aconteceu por acaso: Nós temos uma filosofia planejada que nos guia em como e porque adoramos a Deus. Neste artigo irei comunicar esta filosofia.
Para entender como adoramos a Deus, é bom conhecer um pouco a história de nossa comunidade, o que nos leva de volta ao ano de 1977. Naquela época, minha esposa Carol, estava liderando um pequeno grupo de pessoas que estavam se envolvendo com a Vineyard de Anaheim (Califórnia, USA) em uma reunião familiar. Eu vou deixar que ela mesma conte o que aconteceu naqueles dias.
“Nós começamos a adorar, com a sensação de estarmos ouvindo o chamado de Deus para que tivéssemos um relacionamento mais profundo com Ele. Antes de começarmos a nos reunir como igreja em 1977, o Espírito Santo já estava trabalhando em meu coração, gerando em mim uma tremenda fome por Deus. Um dia eu estava orando, e a palavra “adoração” apareceu em minha mente, como em uma manchete de jornal. Eu nunca havia pensado muito sobre aquela palavra antes. Como Cristã Evangélica eu sempre entendi que o encontro no Domingo pela manhã era “adoração” .... e de certa forma, eu estava correta. Mas analisando isto de outra forma, haviam elementos particulares no culto voltados para adoração e não para o ensino, anúncios de programações, apresentações musicais, e todas as outras coisas que fazem parte de uma reunião dominical normal. Eu tenho que admitir que não tinha certeza de qual parte do culto que deveria ser considerado adoração.”
“Depois que nós começamos as reuniões em casa, eu percebi momentos durante os encontros... normalmente quando cantávamos... nos quais eu experimentei Deus de uma forma mais profunda. Nós cantávamos muitas canções, mas na maioria das vezes músicas que falavam de adoração ou testemunhos de um cristão para outro. Mas ocasionalmente cantávamos canções de forma mais pessoal e íntima para Jesus, com letras como, Jesus eu te amo. Este tipo de canção me alimentava e ao mesmo tempo aumentava a fome por Deus dentro de mim.”
“Mais ou menos nesta época eu comecei a perguntar ao líder de louvor, porque algumas canções acendiam algo dentro de nós, enquanto outras não. Conforme falávamos sobre adoração, nós percebemos que cantávamos sobre adoração, embora não adorássemos de verdade... exceto quando acidentalmente nos deparávamos com canções de intimidade como... Eu te amo ó Deus, e com minha voz.... Então começamos a entender a diferença entre as músicas sobre Jesus e músicas para Jesus.”
“Nesta mesma época enquanto estávamos tropeçando na nossa adoração como grupo, muitos de nós estávamos tendo bons períodos de adoração em nossas casas, sozinhos. Nestes períodos solitários, não havia necessariamente música, nós estávamos nos prostrando, erguendo nossas mãos, e orando de forma espontânea no Espírito.... algumas vezes com orações audíveis, outras com orações que não chegavam a se tornar palavras. Nós percebemos que conforme nossa vida pessoal de adoração se tornava mais profunda, quando nos reuníamos havia mais fome e desejo por Deus. Então aprendemos que o que acontece quando estamos a sós com o Senhor, isto determina quão íntima e profunda será nossa adoração como grupo.”
“Foi aí que entendemos que nossa adoração agradava a Deus, que ela pertencia a Deus e não era simplesmente um período de preparação para o sermão do pastor. Este foi um entendimento muito encorajador. Depois de aprendermos que a adoração ocupava o centro de nossas reuniões, houve muitas vezes que tudo o que fizemos foi adorar a Deus por uma ou duas horas.”
“Neste ponto entendemos também que cantar não é a única forma de adorar a Deus. Porque a palavra adoração significa literalmente prostrar-se, é importante que nossos corpos se envolvam naquilo que nossos espíritos estão dizendo. Na Bíblia isto aparece como mãos levantadas, pessoas ajoelhadas e até mesmo prostradas diante de Deus.”
“Um resultado de nossa adoração e desejo de agradar a Deus é que somos abençoados por Ele. Nós não adoramos simplesmente para sermos abençoados, mas certamente somos abençoados quando o adoramos. Ele visita seu povo com manifestações do Espírito Santo.”
“Então adoração pode ter dois aspectos. Um, seria nos comunicarmos com Deus através de formas básicas, como cantar e orar. O outro, recebermos comunicação de Deus, pelos ensinos, pregações da palavra, profecias, exortações, etc... Nós o exaltamos e como resultado disso nos achegamos até sua presença, onde ele fala conosco”.Definição de adoração Provavelmente a coisa mais importante que Carol e aqueles que participaram do início da Vineyard aprenderam é que adoração é o ato de livremente rendermos nosso amor a Deus. Salmos 18, 1 nós lemos, “Eu te amo, ó SENHOR, força minha....” Adoração também é uma expressão de respeito e submissão a Deus (veja salmos 95,1 e 2 – 96,1 a 3). O desejo do nosso coração deveria ser adorar a Deus, nós fomos feitos por Deus para isto. Se não adorarmos a Deus iremos adorar outra pessoa ou outra coisa.Mas então como devemos adorar a Deus? Há varias formas registradas tanto no Antigo, quando no Novo Testamento.- Confissão – O reconhecimento do pecado e culpa diante de um Deus Santo e Justo.- Ação de Graças – Dar graças a Deus pelo que ele tem feito, especialmente por suas palavras de criação e salvação.- Adoração – louvar a Deus por quem ele é... Senhor do Universo.Como Carol já mostrou, adoração envolve não somente nossos pensamentos e intelecto, mas também nossos corpos. Olhando através da Bíblia encontramos muitas formas de adoração como, cantar, tocar instrumentos musicais, dançar, se ajoelhar, erguer as mãos, prostrar-se e a lista continua.... Isto são as fases da adoração.As fases da adoraçãoÉ importante entendermos por que adoramos a Deus, mas também é muito importante sabermos o que acontece quando adoramos a Deus. Na Vineyard nós vemos cinco fases básicas da adoração, fases através das quais os líderes tentam levar a congregação. Entender estas fases é bom, em nossa experiência com Deus. Tenha em mente que conforme passamos por estas fases estamos caminhando em direção a um alvo, intimidade com Deus. Eu defino intimidade como pertencer a alguém, ou o revelar da natureza mais profunda de um ser ao outro (neste caso a Deus), e é marcado por identificação, presença e contato. (Eu vou descrever estas fases conforme elas se tornam aplicáveis à adoração congregacional, mas elas são perfeitamente praticáveis em nossa vida pessoal de adoração.)A primeira fase é o chamado para adoração, que é uma mensagem enviada ao povo. É um convite à adoração. Pode ser feito utilizando-se uma canção como “Come, Let us Worship and Bow Down” (Vamos adorar e nos prostrar). Ou talvez com uma música cheia de alegria, como “Don`t you Know it`s Time to Praise the Lord” (Você não sabe que é tempo de louvar o Senhor)?A mensagem do chamado para adoração é, “Vamos lá”, “Agora é a hora da adoração”. A seleção das músicas é importante, porque este momento dá o tom para o povo, e dirige o povo a Deus. É a primeira noite de uma conferência, onde muitos não estão familiarizados com as canções nem com os outros presentes? Ou esta é a última noite, depois que algo já foi construído durante toda a conferência? Se este é um culto de domingo, a igreja fez as obras de Deus durante toda a semana? Ou a igreja está estagnada? Se a igreja está saudável, a adoração do domingo vai estar na “crista da onda”. Todas estas colocações estão relacionadas com o chamado para adoração. O ideal é que cada membro da congregação esteja consciente destas coisas, e ore para que o tom apropriado seja estabelecido neste momento.A segunda fase é a do envolvimento, que é a eletrizante e dinâmica conexão com Deus e com os outros presentes. Expressões de amor, adoração, louvor, júbilo, intercessão, petição... todas as dinâmicas da oração são interligadas a adoração... tudo isto brotando de um só coração. Na fase, do envolvimento, nós louvamos a Deus por quem ele é através da música e das orações. Uma pessoa pode ter momentos como este em seu tempo pessoal de adoração em casa, mas quando a igreja se reúne, a manifestação da presença de Deus é ampliada e multiplicada.Conforme caminhamos pela fase do envolvimento, nós começamos a mudar nossa linguagem para algo mais amoroso e íntimo. Estar na presença de Deus alegra nossos corações e mentes e por isso queremos louvá-Lo, pelas boas coisas que Ele tem feito, pelas maneiras que Ele se manifestou em toda a história, por seu caráter e atributos. Júbilo é a expansão de nosso coração pelo desejo de exaltá-Lo. O coração da adoração é unir-se ao criador e com a igreja universal e histórica. Lembre-se, adorar é estar no céu, tornar-se parte do que já esta acontecendo lá, e isto tem sido chamado de comunhão dos santos. Isto é uma poderosa dinâmica de interação.Freqüentemente esta intimidade nos leva a meditar, mesmo enquanto cantamos, em nosso próprio relacionamento com o Senhor. Talvez vamos nos lembrar de votos que tomamos diante de Deus. Talvez Deus trará à nossa mente alguma área de desarmonia ou fracasso em nossa vida, por isso pode haver confissão de pecados. Lágrimas podem ocorrer, ao vermos nossa falta de harmonia diante de sua perfeita harmonia, nossas limitações frente a sua infinitude. Esta fase, na qual acordamos para a presença de Deus é chamada expressão.A expressão física e emocional na adoração pode resultar em danças e movimento corporal. Esta é uma resposta adequada a Deus se a igreja estiver na “crista da onda”. Mas torna-se inapropriada, se for simplesmente emocional ou se a razão da dança é somente a dança, e não júbilo ao Senhor.A expressão então caminha para um clímax, como em uma união física (Salomão utilizou-se da mesma analogia no livro de Cantares). Nós expressamos o que está em nossos corações, mentes e corpos, e agora é o momento de esperar por uma resposta de Deus. Pare de falar e espere que Ele fale, mova-se. Eu chamo isto, a quarta fase, visitação: O Deus Todo Poderoso visita seu povo.Sua visitação é um dos resultados da adoração. Nós não adoramos para ganhar sua presença. Ele é digno de ser adorado visitando-nos ou não. Mas Deus habita entre os louvores de seu povo. Por isso nós deveríamos vir para a adoração, preparados para uma audiência com o Rei. E nós também deveríamos esperar o Espírito de Deus movendo-se entre nós na adoração. Ele move-se de maneiras diferentes – às vezes trazendo salvação, libertação, santificação ou curas. Deus também nos visita através de dons proféticos.A quinta fase da adoração, generosidade, é dar materialmente. A igreja sabe tão pouco sobre dar, no entanto a Bíblia nos exorta a darmos para Deus. É patético vermos pessoas se preparando para o ministério, sem aprenderem a dar. É como um atleta entrando em uma corrida, mas sem saber correr. Se nós não aprendemos a dar dinheiro, nós não aprendemos nada. O ministério é uma vida de doação. Nós damos nosso tudo, por isso Deus deveria ter o controle de tudo. Lembre-se, tudo aquilo que entregamos a Deus, Ele pode abençoar e multiplicar, para que não estejamos somente ajuntando coisas, mas participando dos empreendimentos de Deus.O que quer que seja que eu preciso dar, Deus, inevitavelmente, me chama primeiro para dar quando eu ainda não tenho aquilo – seja dinheiro, amor, hospitalidade ou informação. Qualquer coisa que Deus queira dar através de nós, Ele primeiro precisa fazer em nós. Somos os primeiros participantes dos frutos. Mas não devemos comer as sementes, devemos semeá-las, distribuí-las. O que deve ser enfatizado é que, o que somos será multiplicado, seja bom ou mau. O que temos em nossas árvores é o que teremos em nosso pomar.Conforme experimentamos estas fases de adoração, experimentaremos intimidade com Deus, o mais alto e pleno chamado que qualquer homem e mulher podem experimentar.
John Wimber é o fundador do Movimento Vineyard. Músico, pastor, conferencista e autor de vários livros, faleceu em 1997.